Fortalecendo Linhas Tênues

   Ontem à noite eu estava completamente feliz pelo nosso dia, usava minha roupa favorita, camadas de rímel, seu perfume preferido. Salto alto azul escuro como o daquela noite fria no hotel. Só para fazer você lembrar.    Uma flor na mão. Esperei. Os ponteiros iam batendo, avançando, e eu comecei a ponderar que talvez vc não viesse.    O tempo foi passando. Tic-Tac. Tic-Tac. Cada batida uma lembrança, um sentimento.    Lembrei-me daquele dia, nosso primeiro encontro. Tudo deu errado. Eu usava vestido de verão, choveu. Carregava minha bolsa mais cara, fomos assaltados e na volta, na porta da minha casa quando vc estava a ponto de me beijar, uma borboleta pousou em seu nariz. Sorte. Tudo bem, pois estávamos juntos.   Lembrei de quando fomos ao zoológico e aquele tigre resolveu te atacar. Amor, eu tinha te avisado que ele não gostava de amendoins.   Lembrei-me de nossa primeira viagem, você não aceitou ligar o GPS, nem usar o mapa. Nos perdemos em Veneza e não dormimos no

   Desistir ou lutar? Amarelo ou azul? Café ou leite? Ou café com leite? Sim ou não?   Por fim, decidir.       Para mim uma das coisas mais difíceis da vida sempre foi o decidir, é um dos monstros que ficam embaixo da minha cama.    Até as coisas mais fáceis como a roupa do dia ou a cor da caneta me fazem mergulhar numa maré de indecisão.    Pode parecer exagero, drama até. Mas sempre que me vejo diante de dois caminhos inversos fico completamente confusa. Milhões de perguntas, medos e inseguranças vem na minha cabeça, sinto aquela conhecida sensação de ter algo abafando as batidas do meu coração e no segundo seguinte, sem que eu possa evitar, um nó se forma em minha garganta.    Faço de tudo para fugir. Invento mil e uma desculpas. Peço conselhos. Faço o comum “minha mãe mandou”. E, por vezes, apenas fujo mesmo. Não adianta. Quando volto tudo ainda está lá.   Uma pessoa muito importante me disse algo como isso uma vez: “Quando escolhemos algo o presente inev