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Mostrando postagens de dezembro, 2017
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Silêncio.  Era tudo que eu queria. Era mesmo? Não. Paz. Amor. Amizade. A sensação de estar vivendo, fazendo loucuras, dando tudo de mim. A sensação de não estar sozinha. De ser boa. O suficiente. Quantos parágrafos tive que reler, não pela barulheira da sala, mas pelos berros que vinham de dentro. Muito barulho, gritos intensos em corredores com piso de mármore, deixo meus sentimentos no mudo. Nego às súplicas que meu interior esguela. Você não precisa de nada. Para de gritar que está faminto. Sedento. Você consegue aguentar, vai ter que sobreviver, porque agora eu não posso te dar nada. Eu não tenho mais nada. O que restou? Às vezes morro de medo de que minha alma tenha me abandonado de tão desprezada que ela se sentiu. E é só com ela que eu posso renascer. Acho que de tanto me negar, de tanto não tentar me compreender, eu parei de tentar entender todos os outros. É possível amar àquilo que você não compreende? É possível suportar? Eu me deixei de lado e não me perdo
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Atos de coragem são sempre desesperados? Como é tocar o infinito? Os papos chatos em conjuntura com a falta de interesse me fazem querer mais. O infinito dos teus olhos, da tua boca, das tuas curvas, as gotículas de suor na sua têmpora enquanto você se empresta pra mim e eu sou toda sua. Na infinitude que esses minutos abrigam. Hipérbato, me ensinaram. Exagero intencional. É tudo sempre tão intencional. Eu proposito acasos para que você me encontre e ah, que surpresa. Você por aqui. Dançando nos meus pensamentos como quem defende propriedade privada. Socorro, eu estava aqui primeiro. Te encaro e tento fingir surpresa enquanto você arrebata meu coração com uma jogada de cabelo. Toma. Ele é seu agora. Faz um contrato. Uma sina. Um seguro. Torna-te um arrendatário que entre meus erros de gramática, tentarei me reencontrar. Quem me gravou em você esqueceu de usar tinta permanente. Canetas esferográficas sem vergonhas sempre se deixam apagar. E você esquece o tato da minha alma.
Tão devagar, que parecia até de mentira. Enrosco meus dedos nos teus cachos enquanto você me aperta mais firme pela cintura. Quando você não está, qual parte de mim se arrisca a chegar no infinito? Nas noites mais escuras de agosto, eu ando pelas ruas e prometo que se te encontrar em alguma esquina, você será imediatamente meu. Quem inventou o tempo? Seu corpo se estica pelos meus lençóis e eu faço um milhão de planos silenciosos antes que você abra os olhos e encare a luz que entra pelas falhas das telhas do teto. Quando tem temporal, chove mais aqui dentro. Tomo banhos de chuvas periódicos, querendo ou não. Mas, entre toda a pobreza que meus móveis decadentes gritam, seus dedos passeiam livremente pelo meu tronco e eu não desejaria estar em nenhum outro lugar. Ok, talvez Roma. Ou Paris. Minha paixão pela Europa me sufoca, pois que países cruéis, feito a vida que insiste em me enforcar todo dia, enquanto encaro o espelho e tento escovar os dentes. Mas, me contesto: seria a crueldade i