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Mostrando postagens de julho, 2016
- Por que você não me beija logo? - Porque não. - Respondi. - Mas devia. - ela continuou, com a voz enrolada pelo álcool - Se ele beijou ela... e ela ficou com ele e os dois estão felizes e rindo e namorando.. por que não a gente?  Ela faz um gesto significando nós dois com a mão que segurava a garrafa. Eu suspirei. - Porque não é assim que as coisas funcionam. As pessoas não são felizes pelas mesmas coisas. Não é simplesmente repetir e se vingar ou mentir pra si mesma. - Seria tão mais fácil, só.. só repetir. Por que não? Ninguém entende, eu não me encaixo em lugar nenhum, as coisas que fazem eles rirem, não me fazem. Sou sempre aquela séria no meio de todo mundo feliz. Por que eu não sou feliz? - ela olha pra mim balançando o cabelo loiro, os olhos perdidos e os lábios brilhando. - Por que eu não sou feliz?  - Você tá falando muito sério pra uma bêbada. - eu digo e ela ri uma risada estranha. Eu olho pra ela, aquela menina de vestido azul meio sujo, sentada na grama, as mãos cheias d
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Pedro andava com medo dos próprios pensamentos. Havia esquecido de confiar em si mesmo, de se perdoar. Parece besteira para quem vê de fora, mas dentro dele tudo era sua culpa. A mãe que chorava toda noite e os pesadelos cada vez piores. De dia, Pedro odiava tudo, todos e a si mesmo. Fazia maldades e exigia o perdão. Mas esquecia de dar ele mesmo. As freiras do colégio tinham medo dele, o diretor tinha ódio, os amigos se afastaram. Tudo bem, nenhum deles sabia. Pedro também desejava não saber como é. Quando subia no telhado da escola, se imaginava fora de si mesmo, sem dor, sem as cicatrizes que rodeavam seu tronco. Ele chorava aqueles choros de soluço, se sentia fraco demais pra aguentar tudo aquilo. Pensava em pular, em como seria bom deixar tudo pra trás. Nessa hora ele limpava o rosto com força e corria de volta pra rua, pra longe. Ele se considerava covarde por não conseguir se deixar pular, quando na verdade isso era a maior coragem do mundo. Numa tarde qualquer, Pedro encontrou

Menina do restaurante

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Ouço você rir e falar sem parar no restaurante, finjo que tô prestando atenção e que nem tô me perdendo nessa sua boca, pensando em te levar pro banheiro. Tirar sua roupa, deixar você puxar as minhas e subir no meu colo, isso, enlaça as pernas na minha cintura, te seguro pelas coxas, te apoio contra a porta, você sorri, "Linda". Eu segurei sua cintura enquanto beijei seu pescoço, seus dedos na minha nuca e depois descendo. Unhas pintadas de vermelho, me arranha inteiro, te empurro e você se ajoelha, reviro os olhos, ofegante. Te viro de costas, linda gata gostosa, cabelo na cintura que eu puxo enquanto você arqueja. Beijo cada centímetro, sei que você ama minha barba, principalmente entre suas pernas. "Princesa", sussurro no seu ouvido antes de tapar sua boca com a mão pra ninguém ouvir você gemendo tanto.  "Amor, presta atenção." "Aham, pode falar, tô ouvindo."