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Mostrando postagens de maio, 2017
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Abro e fecho livros aleatórios, ando pela casa, busco um copo d'água e me esqueço na janela. O céu se faz de azul, laranja e depois, roxo. O vento bagunça meu cabelo imitando minhas atitudes, que bagunçam minha vida. É feito roda-gigante travada no meio, que droga, amor, não consigo te ver daqui. As estrelas são a poesia do Universo e eu me pergunto aquilo que nunca se deve perguntar, por quê? De todos os mundos existentes, este me acolhe e eu sou dele, tão completamente dele que ele inteiro é meu. E juntos nos fundimos na instantânea eternidade da existência. As vezes, no meio da noite, quando me dou conta do que sou, desejo ser um pouco mais. O teto me encara antes que eu feche os olhos e deseje ter asas, sorrir sem a culpa de não me sentir completa e poder voltar no tempo para aqueles anos nos quais eu não existia como eu, mas como a energia que é o próprio Tudo, ou, para os espíritas, como outra pessoa, outra vida que me torce o coração simplesmente não lembrar. Me imagino num

Pra você

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Eu até tentei te procurar de novo, juro, mas é que a vontade saiu pela janela e eu me encontrei vazia, de frente pra uma tela buscando coisas que, sinceramente, eu não queria ver. Sempre tive uma tendência boba à tristeza, quando pequena, chorava quase todo dia. É, eu lembro. Era um aperto no peito, um nó na garganta, enquanto o tio da pirua virava esquinas aleatórias ou quando a noite caía devagarzinho e Chaves passava na televisão. Minha mãe me olhava e perguntava por que, confusa. Eu nunca soube responder, parece bobagem. Hoje, numa sala cheia de gente, quero correr, fugir, voltar pra casa e respirar fundo com a cabeça apoiada na janela. Eles riem tanto e eu só não me encaixo, as palavras do livro se embaralham de leve, mas dá até um alívio chegar tão perto da realidade de outro alguém. Enquanto me fazia essa confusão, fui me apaixonando pelo mar, por suco de laranja sem açúcar, pela escrita de Clarice Lispector, pelo pensamento de N ietzsche,  teorias e frases que não entendia de p

você

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te puxo pela manga da camisa e sorrio de levinho. Você me faz ter crise de riso nos piores momentos, ah, fazia tanto tempo, como pude esquecer dessa sensação? Minha agenda de planos pesa na bolsa enquanto você me faz esquecer os motivos todos. Eu amo sua pulseira colorida e o jeito que me ouve falar aleatoriedades sem se importar. Amo o jeito que conheceu meus avós e seu sorriso inocente. Eu parei de pensar no futuro e no provável fim depois daquela noite no parque de diversão, a roda gigante fez meus rumos girarem ao contrário e eu descobri que é melhor assim. Algodão doce e Lenine tocado por uma banda desconhecida. Seu cabelo castanho claro e sua mania de segurar minha mão e não me encarar de volta quando eu me perco no infinito que você me mostra. Eu queria poder esquecer as razões pra tentar esquecer você e ah... sobre o que eu estava falando mesmo? É que você faz isso comigo, com essas camisas dignas de anos 70 e esse gosto ruim pra filmes, você me faz sentir paz enquanto diz que

Um Dia Nada Perfeito

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23 de dezembro, Lua cheia pendendo no céu, meus saltos ecoando pelas ruas de ladrilhos. Vestido justo e sorriso no rosto, eu estava completamente feliz pelo nosso dia, batom vermelho, camadas de rímel, seu perfume preferido. Sutiã carmin marcando de levinho, como naquela noite fria no hotel, só para fazer você lembrar. Uma flor na mão. Esperei. Os ponteiros da catedral iam batendo, avançando, mordi o lábio e respirei fundo. O vento frio me arrepiava a nuca e eu comecei a ponderar que talvez você não viesse. O tempo foi passando. Tic-Tac. Tic-Tac. Cada batida uma lembrança, um sentimento. Lembrei-me daquele dia, nosso primeiro encontro, tudo deu errado. Eu usava vestido de verão, choveu. Carregava minha bolsa mais cara, fomos assaltados e na volta, na porta da minha casa, quando você estava a ponto de me beijar, uma borboleta pousou em seu nariz. Sorte. Tudo bem, pois estávamos juntos. Lembrei de quando fomos ao zoológico e aquele tigre resolveu te atacar. Amor, eu tinha te