Fanfic - Um amor de outra galáxia


  Oi gente! Tudo bom? Então, esse post é um pouco diferente. É o começo de uma histórinha estilo fanfic que eu estou escrevendo. É baseada em duas músicas "Anna Júlia - Los Hermanos" e "De todos os loucos do mundo - Clarice Falcão". Espero que gostem! E em breve posto a sinopse.
  Lá vai! 

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   Eu andava pelas ruas da cidade enquanto o céu se encontrava naquela transição de dia para noite que o deixava meio alaranjado, ao olhar para ele não pude deixar de me lembrar dos cabelos dela, que eram quase dessa mesma cor, um segundo depois me lembrei dos seus olhos, sua voz, sua boca, seu cheiro, seu jeito, e não pude deixar de sentir um aperto no coração. Como ela era linda! 
  Havia tanto tempo que eu a conhecia que já sabia de cor todas as suas manias, seus medos, qualidades, diferenças e defeitos. Sabia o quanto ela gostava de brócolis e o quanto odiava chocolate. Podia ler seus olhos, ouvir sua mente e entender suas razões. Acho que podia fazê-la e desfazê-la ao menor toque. Mas seu coração e a forma complexa com que ele funcionava, ainda eram um mistério para mim.
    Caminhava quase automaticamente, com passos longos, perdido em devaneios, desviando ocasionalmente de cavalos, cachorros e crianças. E só me dei conta de que havia chegado quando esbarrei em uma das mesinhas brancas da sorveteria, fui até o caixa onde uma garota loira de olhos castanhos com muita maquiagem me atendeu, voltei para mesa segurando meu açaí e me sentei. Suspirei enquanto esperava.
    Subitamente lembrei-me de quando percebi que a amava.
  Estávamos no 8º ano, eram umas 10 horas da manhã, aula de matemática. O professor estava explicando sobre ângulos formados por retas paralelas. Anna, por incrível que pareça, era uma das mais inteligentes da sala. Ela estava fazendo suas anotações fervorosamente enquanto eu estava completamente perdido, várias retas enchiam a lousa, acompanhadas por letras, ângulos e equações. Eu já estava me sentindo sufocar quando algo me surpreendeu, Anna soltou seu lápis cor-de-limão com glitter e me olhou com aqueles olhos quase tão verdes e tão brilhantes quanto, aqueles olhos que faziam com que eu duvidasse de minha sobriedade, me hipnotizavam e me faziam achar que havia usado LSD.
  E perguntou:
  - O que será que todas essas retas estão sentindo?
   E foi naquele momento que aconteceu, foi ali que eu percebi. Eu a amava. Sempre havia amado e sempre amaria. Era ela. Dentre todas as outras garotas do mundo, era ela. Minha melhor amiga, a garota com quem eu havia aprendido a andar de bicicleta, a garota que havia segurado minha mão enquanto eu atravessava a rua, a garota que foi a todos os meus jogos de futebol, a garota que sempre brigava comigo pelo último pedaço de pizza. A garota que tinha o poder de me fazer feliz, a garota que fazia com que anos parecessem segundos em uma dimensão paralela.
   Despertei dos meus pensamentos quando vi duas pessoas se aproximando de mim, uma delas usava uma jaqueta rosa berrante e tinha os cabelos curtos e pretos, quando olhei mais para o lado senti meu coração dar um salto triplo. A reconheci na hora, mas quem não reconheceria? Seus cabelos longos e alaranjados balançavam no ar, e de longe pude ver sua jaqueta verde limão. Conforme ela foi se aproximando pude ver os detalhes ficarem mais nítidos, os tênis All-Star, a regata branca, a bolsa atravessada no colo, mas só quando ela parou pude ver claramente seu rosto e me assustei, os olhos estavam vermelhos e lágrimas não paravam de escorrer por todo o seu rosto. Ela estava chorando. Me levantei em um salto.
- O que houve? – Perguntei assustado.
  Ela, ao invés de me responder, correu até mim, me abraçou e desabou ali mesmo, em meus braços.
  Mesmo sem perguntar eu já sabia, alguém havia partido seu coração. Anna tinha uma mania de arrumar amores platônicos, eram sempre garotos normais que viviam em nossa cidade e ela tinha a maior chance com todos eles, mas o problema é que ela não levava em frente, ela sempre criava uma fantasia gigante em torno de cada paixão, antes do primeiro “Oi.” E sempre se decepcionava. Senti meu corpo tremer em uma onda de fúria e tive vontade de lutar contra o mundo inteiro. Mas aquela coisa tão frágil estava soluçando em meus braços, com o coração repartido, quebrado em um milhão de pedacinhos e eu tinha de concertá-lo primeiro.
   Então simplesmente fiquei passando a mão por seus cabelos, aqueles cabelos da cor do céu. Ficamos assim durante alguns minutos até que ela se desvencilhou de mim, limpou as lágrimas do rosto e me encarou com aquele olhar cheio de culpa.
  - É o que eu estou pensando? – Perguntei.
  - Sim. – Foi a Eduarda que se pronunciou. – Vamos tomar um sorvete. – Completou, enquanto se sentava.
  E enquanto eu olhava para ela, conversando e rindo, mas com os olhos inchados e um tanto vermelhos que eu decidi por um fim naquilo. Eu estava cansado de vê-la sofrer. De vê-la perder seu tempo. Era hora de dizer a verdade, era hora de me declarar, mas eu não podia fazer isso de uma hora para outra, simplesmente agarra-la e dizer que era eu quem iria fazê-la feliz. Eu tinha um plano. E era hora de colocá-lo em ação.

By: Laryssa Souza.



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