Hoje

   Hoje acordei com uma dor de cabeça, com uma vontade louca, maluca pra te ligar e disser que sinto saudade. Caraca, quanta saudade. Do seu cheiro que já saiu daquela camisa que você esqueceu por aqui, dos seus beijos meio preguiçosos de manhã, dos seus sorrisos que pareciam esquentar tudo, da sua gargalhada. Ah, aquela gargalhada maravilhosa que me fazia rir junto. Das suas tatuagens e do jeito que você deixava que eu as contornasse com a ponta dos dedos, eu criava um milhão de histórias com aqueles desenhos. Meus braços pareciam até doer de saudade do seu abraço. De ter você pertinho, juntinho. Me senti desesperada. Hoje choveu tanto. E olha que hoje só faz uma semana. Me sinto maluca, toda errada, do contrário. Eu te despedacei, você disse. Mas parece que sou eu que tô toda quebrada. E dessa vez não tem ninguém pra juntar os caquinhos e tentar me fazer entender. Hoje não teve "Desculpa, pequena, olha aqui, desenhei pra você. Eu faço tudo errado, mas eu te amo." Não ouvi isso. Que falta que fez. Me sinto boba, mais boba do que nunca. Do que sempre. Varri a casa e procurei em cada canto o "Pra sempre" perdido. Hoje saí pelas ruas olhando os rostos e tentando achar seus olhos, seu jeito. Quem sabe eu não encontrava de novo aquele momento na padaria? Você rindo, a minha boca suja de sonho. Depois, a sua também. Não encontrei. Momentos passam, todo mundo diz. Mas a saudade ficou. Essa dor que me faz querer gritar teu nome em casa esquina e depois ir na sua casa e gritar com você de novo e te bater. E depois torcer pra você me abraçar, porque senão, não passa. Fica. E vai ficando até eu não saber sair. Eu não sei, sei?. Hoje, já tá quase acabando. E não desliguei todas as luzes, liguei o som baixinho e fiquei escrevendo isso aqui. Hoje, já quase foi. E por quê você não volta?

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Obrigada, e um beijo!