Áries

   "Parece cocaina, mas é só tristeza"... Primeiro dia do ano, duas horas da manhã, enquanto  bebo uma latinha de refrigerante te observo meio embassado, dois graus e meio de miopia e deixei o óculos em casa, você observa a banda que toca, eu penso como falar com você. Nunca fui muito de observar , mas observo cada detalhe do seu rosto e do seu corpo, sua camisa preta justa  deixavam seus braços mais fortes, parecia que era de alguma gangue e tinha tatuagem no ombro.
  Você some, penso que pode ter ido embora e imagino como sua vida pode  ser, mas que eu seria uma ótima pessoa pra te dar mais cores naquela noite. Precisava te encontrar. Te vejo segurando a cintura de uma loira, sua namorada ? Talvez.
  Penso em ir embora , você caminha em direção as luzes de natal, a coca acabou, corro atrás de você "Are you brazilian? " "Aham" "Oi" , você segura minha mão , eu te conto uma história, a gente senta na mesa, descubro seu signo, quero fazer seu mapa astral. Pergunto seu nome pela terceira vez, Guilherme. Você segura minha mão devagar, eu te rodo e digo que tudo bem dançar, você não entende minha animação, acho que te incomodo. Você  não para de pensar em ir embora e eu queria te levar pra casa. Você encosta no muro, eu te beijo e de novo e de novo. Você não sorri, eu quero dançar. A gente anda mais um pouco, você não para de enxergar a multidão, eu só queria que olhasse pra mim. A gente se beija, puxo seu cabelo, você me tira do chão pela cintura, eu te olho fixamente, você está mais longe que eu, deve ter ascendente em peixes. "Pode ir, eu deixo". A gente caminha,  você diz que vai no banheiro e que foi um prazer me conhecer. O prazer foi meu.