conto - Despedaços

Parte 1 Um começo

Seguro forte o guarda-chuva, sentindo esbranquiçar os nós dos dedos, se eu me machuco, doem menos os cacos de vidro espalhados aqui dentro, aqueles que não consigo encaixar de jeito nenhum e ninguém me disse que pessoas são feito tétris e talvez não sejam. Talvez eu precise mudar meus métodos e as calçadas parecem escorregadias demais. Viro as esquinas quase que inconscientemente e me percebo esperando ver uma chance em cada tijolo meio que mal colocado. Em dias assim, em que o sol aparece sem ser convidado e tinge o céu e tinge a vida aqui em baixo em cores quentes, eu desejo saber andar de bicicleta porque então poderia me sentir avançando e cortando o infinito enquanto ele me corta de volta, me dividindo em novas configurações. O infinito é o vento que me abraça sem me tocar por mais que menos de um segundo.

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