Dani e o menino sem título


  A chuva batia na janela velha do quarto, onde Dani encostava a cabeça e dedilhava, cantando baixinho.
“Quem inventou o amor... Me explica, por favor ?”
 Sem ter tempo pra saber se queria ou não, se era certo ou não, mergulhou em todas aquelas lembranças de uma semana atrás.
 Lembranças de uma luz, de um cheiro, de um jeito, de um sorriso, lembranças de uma voz que sussurrava, de um abraço que enlaçava e de um beijo. Ah... Um beijo que iludia e desesperava.
 - Aaah, Dani, por que é que você não vem comigo? – ele perguntava com as sobrancelhas franzidas.
 Ela apenas balançou a cabeça e o puxou para mais perto, não queria mais pensar em perdê-lo, não podia. Enroscou os dedos nos cachos desarrumados enquanto sentia seu coração se contorcendo. Respirou fundo.
 - Você sabe, eu não posso. – A voz saiu rouca.
 - Não pode nem tentar? Dani, você poderia se quisesse! Me deixa te ajudar, vem comigo. – Os olhos claros suplicavam.
 Sem resposta, ele deu um sorriso fraquinho e passou a mão pelos cabelos curtos dela, fechou os olhos e ficou assim. Um, dois, três, quatro. Dani podia ver as pálpebras relaxadas e o contorno da boca ainda formando um leve sorriso, podia sentir a respiração, e encarar as curvas dos braços. Os olhos dele continuavam fechados.
 - Que é que você tá fazendo? – Ela não pôde se conter.
 - Tentando gravar cada segundo. Tentando fazer o pra sempre nesses poucos minutos. – Ele respondeu.
 Daniela, assustada, só pôde agarrá-lo com toda a força e sentir as lágrimas de ambos se misturarem como numa fórmula de poção.
 Agora ela estava aqui, ou melhor, lá. Tentando separar seus erros um por um e achar uma maneira de dar um jeito neles. Porque os próprios sentimentos ela já não entendia mais.




Comentários

  1. Chorei tijolos Ç-Ç kkkk esses negoço triste me mata

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    1. Aaaaaah, Isa ! Comigo também é assim ;-; mas objetivo atingido com sucesso! UAHUAHSUAHSUAUSH

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