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Ele era de vidro e eu era de plástico. Ele chorava de dia e eu perambulava de noite. Ele perdia o sono, eu perdia a fome. Juntos perdíamos a noção e o cansaço. Ele foi embora. Eu não soube dizer quase nada, ele pronto para ouvir tudo. Eu queria chocolate, ele quem sabe um monte de morangos. Eu era incerteza, ele era solução. A solução química pras minhas regras inventadas. Roupas jogadas pelo chão da sala de jantar, sapatos jogados pela trilha até a porta fechada. Eu que nunca soube o que te dizer, senti tanto. Você me abraçou como se quisesse me conhecer, como se fosse embora logo depois. Você nunca fez muito sentido, eu nunca vali muito a pena. Você me beijava de um jeito que só você fazia, eu correspondia. Ia ia ia. Agora sinto saudade. Parece um blefe. Nunca te disse pra não ir.

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