Chego mais perto e sussurro no seu ouvido, "hoje é pra sempre.". Você me puxa pela cintura e gargalha feito criança. Amo esse teu sorriso que faz da vida piada boba, de deixar os olhos brilharem fácil. Olhos verdes, mãos meio trêmulas percorrendo minhas pernas, barriga e costas. Minha cabeça enterrada no teu pescoço. Eu costumava me perder nas esquinas, nos motivos, nas pessoas. Com os dedos entrelaçados nos teus, com minha voz se misturando na sua no meio da estrada, juro que formamos com o Nando Reis, um trio perfeito. Com sua tia fazendo bolo e insistindo pra eu levar um pote, com seu sorriso sem graça ao me mostrar o fundo do quintal da sua avó e as árvores onde pendurava balanços, com o sorriso lindo dela enquanto pegava na pontinha do meu cabelo e dizia que seu sorriso era mais bonito misturado no meu, que você começou a cantar de uns tempos pra cá, que seus pulsos já não estão tão machucados assim, que você até limpou o porão pra ela e concertou a máquina de costura. Que orgulho, meu amor. De você, que aprendeu a aliviar a alma e enxergar. E de mim, que me encontrei. Aqui, aí, naquele lugar especial onde nossas almas se fundem.
Eu finjo. E finjo muito. E muito bem. Eu finjo que estamos conversando, que te encontro na esquina e é aí que a gente se abraça. E, meu amor, é incrível. E é eterno. Eu me desmancho nos seus braços feito a manteiga derretida que nunca fui. Você me envolveria e eu iria te sentir, eu sinto tudo. Depois, finjo que a gente ri, e sr olha. E é aí que os olhos brilham. A gente fala meio sem jeito e fica junto. Um dia inteiro, uma semana, finjo que você me beija e é bem aí que eu me perco. Em você. Lindo, eu escrevi nossa história inteira no papel do Universo com a caneta das estrelas. Só falta você olhar pro céu.
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