Eu chego com violão e você só tá querendo paz. Lembro de quando você me trouxe em casa debaixo de chuva e eu te olhei de verdade no portão. Seus cílios pingavam e eu queria tanto te beijar ali mesmo. Você me puxou pela cintura e eu me desfiz em um milhão de átomos. Logo eu, que jurei te amar de janeiro a janeiro, agora escrevo um cartão de despedida. É que é tão difícil esquecer o bem e mal que você me faz, a tontura que me causa, eu fico feliz só de imaginar sua voz entre as aulas seguidas de química, eu sei que deveria estar aprendendo um pouco mais sobre oxidorredução, mas é que os cachinhos desiguais do seu cabelo são tão mais interessantes. Minha irmã me mataria se lesse isso, mas eu tenho vontade de pintar o seu sorriso nos muros da cidade só pra todo o mundo ficar um pouquinho melhor. Eu sei que me perdi um pouco aqui, mas não vá dizer que vai me deixar ir assim tão fácil. Juro que eu não quero mais ninguém, olha. Você pode tentar começar dizendo que vai mudar, que vai parar com...